Se você gosta de palavras, dicionários e combinações de frases e de degustar isso tudo em idiomas improváveis, leve toda sua atenção ao cinema quando for ver Budapeste. Mas anote: preste toda atenção aos versos desse filme admirável, que só não é mais bonito que o livro que o originou. Budapeste é sensível, denso, poeticamente complexo - como quase tudo que nasce de Chico Buarque. É um presente do diretor Walter Carvalho e da roteirista Rita Buzzar pra você, pra mim.
Se na leitura do livro eu já havia apreciado a sutileza com que a história é tratada, no filme, toda essa sutileza toma forma nas mãos da direção de fotografia, que é surpreendente. A Hungria não estava na minha lista de lugares a serem conhecidos, e agora está. Tudo culpa das belas imagens da amarelada capital húngara mostradas no longa. Há outras surpresas também, entre elas o ator Leonardo Medeiros. Não imaginei que aquele cara da novela das oito poderia absorver o José Costa de Chico com aquela capacidade cênica simples.
Juro que assisti o filme com um sorriso de canto de boca constante e uma satisfação ímpar por poder ver cada umas daquelas palavras pinçadas por Chico, Rita e Walter materializadas na telona... Tudo isso em escalada até o momento sutil do "poesia é pra se devorar, como o amor". É, claro, que nem tudo são flores, porque acho que essa escalada do filme acaba com o final, maluco demais e pouco poético. Destoa da combinação ...
2 comentários:
Li a dica... horas depouis de ter visto o filme...
Que bom que disse td por mim... estou exausta pela densidade... hoje não saíria mesmo nenhuma palavra aqui... rs!
Beijocas e bom findi!
Texto ótimo Vê!
Conseguiu definir...sem palavras.
Gostei muito do filme tb.
beijoooo
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