domingo, 6 de julho de 2008

O início do fim

Cheguei louca de saudades. Pensava apenas em abraçar a todos, rever bichos de estimação, conversar com os vizinhos e visitar parentes queridos. Ao tirar a mochila das costas corri para meu quarto. Ah! Como é bom estar em casa de verdade! Tantas fotos na parede, travesseiro sem cheiro de aluguel, porta-retratos com gostinho de bons momentos e muita, mas muitaaa compreensão. Na mesa da cozinha, um café reforçado para recuperar forças. Pão, requeijão, café preto, leite quente e conversa em dia. Mas, no meio da toalha florida, percebi o semblante triste dela. Havia algum segredo. Pensei que nada poderia ser tão sério e não-resolvível. Não era bem assim... minha mãe contou tim tim por tim tim. Detalhes, fatos, coisas horríveis. Nossa honra estava profundamente abalada. Choquei de uma forma que nunca pensei em ficar. Nem mesmo havia acontecido comigo e estava um trapo completo. Um filme de nossa infância me passou pela cabeça (coisa mais brega, né?). Só lembrava das nossas diversões. Queria fazer alguma coisa para mudar aquele destino terrível. Era, sem dúvidas, o dia mais triste de minha vida. Só pensava em ficar na porta do quarto dela para olhar para seu rosto quando ela saísse. Pensava que sentiria que aquilo era apenas um pesadelo. Não era. Era sim o início dos dias mais infelizes da minha vida.

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