segunda-feira, 17 de maio de 2010

jeito de dizer eu te amo (1)

parada brusca:

Minha eterna e querida flor,

bate um vento nos cabelos dela - aquele friozinho típico do outono na avenida. é fim de dia.

Entre uma crise de consciência e outra de enxaqueca, hoje, escolho dizer que meu amor por você transbordou de mim. Escorreu pelos meus dedos. Escapou do meu controle. Fugiu da minha sensatez. Não sei se já te disseram e se você faz uma ideia disso, mas, quando isso acontece, fica difícil encontrar o fio da meada e trabalhar, andar, caminhar, pegar o ônibus, ler um livro ou escutar uma piada sem pensar-naquela--pessoa.

No caso, vo-cê.

segura na nuca dela. ela nada diz, pra não correr o risco de perder uma sílaba da boca dele.

E mais: pensei na imensidão de um amor insensato e imenso como esse. Bom, tudo preto-no-branco posso afirmar que isso acontece, de verdade verdadeira, poucas vezes com o sujeito. Na real: muita gente acha que é possível transbordar-se por aí, amando um e depois o outro... A equação é simples: pouca gente sente a 'parada' de verdade, no duro.

ela quase ouve um fundo musical. brota um fio de sorriso no cantinho esquerdo da boca, afundando suas covinhas.

Ter vontade de voar qualquer um tem ao ler um verso bonito. Agora: ter vontade de flutuar e levar outra pessoa contigo pra sempre... A vontade de ter os dedos de uma pessoa entrelaçados aos seus onde quer que esteja.. Pensar em combinações de nome + sobrenome... Sentir o pulso bater apressado ao ouvir barulho do salto que pode ser dessa pessoa. Bom, isso é uma coisa séria.

silêncio. o que se ouve são passos apressados, gente falando e o tiozinho distribuindo folhetos da lojinha que compra tickets-alimentação com taxas pequenas.

E posso dizer que minha "coisa séria" é você. Coisa pouca? Só se for o tempo que passamos juntos.

Abraço. Nada mais a dizer, sob pena de estragar o momento.

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Ps 1 - Possível declaração acontecida na entrada de um metrô da Av. Paulista - depois de um dia cheio de trabalho e dúvidas sobre o amor.

Ps 2 - Pode ser encenada sempre que necessário por qualquer par que se sinta transbordando.

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