quinta-feira, 24 de setembro de 2009

o que eu tenho hoje

A saudade é meu peito dizendo que não dá mais e hoje descobri isso da forma mais chorosa possível. É que não sei por que nem de onde isso veio, mas hoje lembrei de quando eu (ainda pequena) admirava você falando palavras difíceis, palavras adultas nas rodas de conversas ou até mesmo comigo.
E eu sempre queria saber o que elas significavam, qual eram os sentidos. Queria saber de onde elas vinham e porque você as usava em uns lugares e em outros não. Era como se as aulas de português da escolinha não me fossem suficientes e, por isso, eu queria mais.
Foi quando você me deu um dicionário, não querendo que eu parasse de lhe perguntar, mas que eu descobrisse sozinha o poder das letras, sílabas e palavras sempre que uma dúvida pipocasse na ponta da minha língua. O dicionário era pequeno como eu e já andava meio batido porque você o guardava no escritório. Imaginei que fosse de lá que você tirava aquelas letras adultas e lindamente sonoras. Adorei o presente e, com ele, eu fantasiava ainda mais o dia em que eu saberia o significado de todas as palavras do mundo, quando eu cresceria e poderia usá-las sem ter que abrir o caderno, como você fazia e (acho que ainda) faz.
E hoje eu tenho a maioria das palavras guardadas na cabeça, um monte de saudades guardadas no meu peito e ainda tenho aquele dicionário (junto com seu livro secreto de poesias que não deram certo) que você me deu.
Mas eu não tenho você... Entende?

4 comentários:

Larissa Saram disse...

aaaaaaaaaaaaaaah... :(

*Livia* disse...

Ahhh...talvez vc tenha o que ele poderia ter te deixado de melhor!
Ainda que haja a saudade...

Beijos!

Don Rodrigone disse...

Lindo, lindo.

Tábata disse...

eu entendo =/