quarta-feira, 16 de setembro de 2009

como a lua

Ajeitando os livros na prateleira nova de seu quarto, Laura deixou cair de sua mão um exemplar especial, que lia sempre em outros tempos. De dentro dele, voou um marcador colorido e, na página onde ele estava, havia um trecho do poema preferido da menina Laura de anos atrás assinalado com lápis:

"E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu..."

De Cecília Meireles, trecho de "Lua Adversa", em Flor de Poemas


E Laura se deu conta de que os poemas nunca perdem a atualidade, o gosto de agora, o cheiro do presente, por mais que a gente cresça!

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