domingo, 14 de agosto de 2011

Tenho saudade do que não vivo com você todos os dias. Das ligações que não faço. Do meu coração ligado no seu. De você não enxergar meu sorriso quando eu estou feliz. De você não compartilhar das dúvidas que surgem no meu caminho (e são tantas!). De não poder te contar que o trabalho vai bem, obrigada, e que planejo coisas lindas para o meu futuro. É ruim saber que você não estará lá... ou vai?

Essa distância besta que a vida insiste em fazer existir me faz esquecer de coisas importantes. Seu rosto, por exemplo. Já não consigo mais visualizá-lo sem olhar uma foto nossa. Sua imagem naquele dia, no parque, rindo com a gente como há muito não fazia. Você me deixou dirigir seu carro novo, nos olhava com afeto, não tinha ninguém que poderia nos tirar a felicidade.

Estive pensando: você me ensinou poucas coisas na vida. Entre elas está a mania de ler jornal, gostando muito do cheiro e da sujeira da tinta nos dedos. Acho que, de início, eu nem gostava tanto como gosto hoje. Eu lia apenas porque era um momento só seu e eu queria fazer parte de alguma coisa sua, transformando-a em algo nosso. Você, ali, querendo mostrar que sabia tudo. Eu ouvindo, fingindo que acreditava.

Tinha medo da sua desatenção comigo e com minhas irmãs. Lembra quando você me matriculou na série errada? De quando esqueceu meu aniversário? Pois é. Eu tinha pavor de que você me esquecesse no colégio, depois do horário. Rezava umas dezenas de ave-marias durante a aula para mandar o medo embora. E ele só se afastava quando eu via o seu carro.

Pensando bem, poucas vezes você mostrou seu apreço por mim. Só hoje – depois de grande – é que sei e percebo. Uma delas foi quando você me viu beijando meu primeiro paquerinha. Tenho certeza de que você teve medo aquela noite. Medo de eu estar crescendo, medo de perder a mão na minha educação, medo de eu fazer escolhas erradas. Não sei se era amor, ou se era o simples medo de dar errado como pai. Tudo bem, pai, você nem imaginava que nada disso importaria no futuro...

Hoje eu tenho apenas um buraco no meu peito. É saudade, falta. Não é nada muito grande, pois eu fui preenchendo com pequenas coisas que ajudam a aplacar essa falta.

Mas eu tenho umas porções extras de esperanças...

4 comentários:

Anônimo disse...

várias pitadas de esperança né!?
maass... deixe estar.

eu amo vc,e temos uma a outra! =*
beijo da caçula mais linda do mundo

Rô disse...

Você é linda! Linda, linda e linda! Em todos os sentidos...

E eu te amo e estou sempre do seu lado.

Rodrigo Barneschi disse...

E gostei bastante do novo layout :)
Beijos

Mirela disse...

impressionante como você decifra sentimentos que tb são meus em apenas algumas palavras...invejinha boa que eu sinto...quem sabe assim não aliviaria o meu vazio!:)
parabéns pelo seu talento lindo!