quarta-feira, 11 de março de 2009

ainda menina

Bastou colocar os dois pés na areia fofa pra deixar pra trás os quiproquós, perrengues e mal olhados do todo dia. Tinha tudo ali, no bolso: vento e coração batendo fortes, um punhado de hemoglobina a todo vapor no sangue e vários sorrisos dispostos a aparecer com frequência.

Foi quando deixou escorrer na sua memória a lembrança de sua mania de, ainda menina, colecionar conchinhas de praias lindas como aquela. E, em nome dos velhos tempos, saiu à cata delas. Passo ali, passo acolá. E não mediu formas, tamanhos e aparência - deixou esse fardo para os adultos chatos. Pegou tudo de mais lindo que viu pela frente. A ideia era colecionar o máximo de lembranças, tudo que pudesse carregar.

E sentiu saudade da saudade que tinha daquela penca de conchinhas em suas mãos ainda pequenas. Sorte da mala, que volta pra casa cheia delas.