E daí que um dia cheguei na firma e tinha um livro na minha mesa. Eu tinha pedido emprestado porque precisava ler algo mais "água-com-açúcar-pra-alegrar-a-existência". Abandonei as linhas de Paixão Segundo GH (que me assusta porque já na introdução Clarice me diz: "prefiro que este livro seja lido só por pessoas com a alma muito preparada". oi?) e embarquei no Julie & Julia - 365 Dias, 564 Receitas e 1 Cozinha Apertada, com Meryl Streep (adoro!) e Amy Adams na capa. Eu já tinha ouvido falar dele e no começo achei meio água-com-açúcar mesmo. Mas não era isso que eu precisava? Então vamos...
Julie é uma jovem secretária americana, perto dos 30 anos, frustrada no trabalho e pressionada para ter “um filho antes que seja tarde”. Depois de várias crises existenciais a
Tá tá. No começo achei que a coisa ia descambar pra conversa de mulherzinha, na cozinha, desossando pato, cozinhando a lagosta enquanto engrossa a crise com o marido e com a própria misantropia. Mas essa impressão passou na página 2. Fiquei supresa ao me ver devorando a história, relendo trechos e, até (!), indo pra cozinha e tentando dar uma de Julie pra mim mesma, com uma receita ótima que tenho anotada num papelzinho. Aliás, foi bem sofrido terminar de ler, porque fiquei pensando no dia de amanhã, sem ter mais um capítulo daquela beleza pra desbravar no ônibus a caminho da faculdade. Cativante...
E é claro que o livro me fez lembrar de antigos projetos nos quais nem chego a pensar mais por causa da correria dos últimos tempos - a correria feita junto com mais de 17 milhões de pessoas nessa cidade maluca para atingir expectativas e superá-las sempre. (Isso sem contar o medo danado de errar e ficar pra trás). E nem sobra tempo pra cuidar de mim, da minha vida e do coração, de visitar minha família, responder os emails da Anne com a atenção devida, comer direiro e entrar na academia de vez!
E a satisfação? Boa pergunta... O que importa é cruzar o meio campo, driblar os zagueiros e fazer o gol, sem tempo de correr pro abraço, entende? Mas não quero terminar esse post de um jeito triste, porque hoje é sexta e eu tô indo pra Londrina ver minha família. Eu acredito e quero sempre acreditar que existem projetos que dão certo, sim. Pra ficarmos ainda na cozinha, o projeto de Julie deu mais que certo e virou blog. O blog virou livro. O livro virou filme (coming soon e não vejo a hora - prontofalei).
Só que a pergunta que continua não querendo calar é: o que Julie tem que eu não tenho? Sorte? Destino iluminado? Sacrifício? Paciência? (respostas para ferreira.verena@gmail.com). Por enquanto, prefiro pensar que Julie nada mais fez que buscar uma satisfação pessoal, mesmo no meio do caos que reina em nossas vidas de vez em quando. É fácil falar, ficar reclamando da vida e não correr atrás do prejuízo, néam, Verena?!
Fica aí a dica. Quem quiser ler um trecho do livro pode fazer aqui.
5 comentários:
Vereninha meu amor!!!
O que a Julie tem que vc não?!
Acho q a pergunta é exatamente o contrário!!!!
Vc tem muito talento!
Vc só não acredita nisso!
Te amo...
E não vou te cobrar os emails...
Morro de saudade!
Ahhhhhhhh, só citando seu nome pra vc aparecer, né, amore?
vou fazer isso mais vezes!
beijosaudaeteamo
Eu já disse que super acredito no seu potencial de escritora...vc que não me dá ouvidos!! Rsrsrsrs
Bjsssssss
concordo com LI!
vc tem q escrever livros!!
MIL!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
O público clama por livros de Berena. (esse será seu codinome, tipo os do F. Pessoa)
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