quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Daí que quando eu e a Bárbara éramos pequenininhas, nosso passatempo preferido de primas era a brincadeira com bonecas nos corredores da casa da vó. Barbies, mais especificamente. Beatriz, Isadora, Isabela ou seja qual fosse o nome que arranjávamos para as loirinhas. Improvisávamos tudo pra montar a casinha da boneca: móveis feitos de potinhos de iogurte, bacias serviam de piscina ou banheira, qualquer trapo era roupa de festa, cantoneiras de sofá eram boates, caixas de sapato interpretavam carros e limousines. Passar a tarde na casa da vó era sinônimo de competição pra saber quem construía a melhor mansão.

Tudo girava em torno disso e, de quebra, essa brincadeira era nossa forma de se dar bem na época. É que, quando as Barbies estavam longe, a gente não se bicava muito. Não dá pra explicar. Acho que os anos a mais faziam uma diferença e tanto na nossa relação fora da brincadeira preferida. E além disso, com alguns aninhos a mais, a Bárbara era uma criança chatinha, quase uma filha-neta-prima-etc única. Sabe aquelas crianças que choram só de serem contrariadas? Se ela achava que a casinha da Barbie dela devia ficar aqui, era aqui que ia ficar, senão: "Ô vóóóóó...". Sobrava pra mim, claro.

Apesar de seu geniozinho, Bárbara tinha vestidos lindos, imensos, cheios de babados, rodados - o sonho de qualquer menina com menos de 1 metro de altura. Se ela fosse mais loirinha, podia até ser filha da Xuxa, ao contrário de mim. Eu babava mesmo, até porque no meu guarda-roupa as peças migravam da irmã mais velha ou eram feitas pelas mãos da minha mãe mesmo. Tricô e crochê eram as especialidades e eu tinha vestidinhos de todos os tipos artesanais: o corpete com linha de uma cor só e a saia de tecido estampado ou as blusinhas da capa da revista de modelitos de lã. É claro que era bemmm mais barato e servia, mas a menina dos meus olhos era o figurino da Bárbara.

Ainda bem que crescemos, ela diminuiu os babados de suas roupas (e sua chatice) e eu aboli o crochê da minha vida e cresci tanto que já não dava pra usar as roupas da irmã mais velha (conquistei o direito de ter as minhas roupas!). Mesmo com alguns interesses parecidos, seguimos caminhos bem diferentes. Em compensação diminuímos a distância entre nossas vidas pós-Barbies. Hoje, moramos juntas e nosso passatempo preferido é tomar uma cerveja bem gelada enquanto eu cozinho alguma coisa pra gente comer e ela escolhe a trilha sonora - geralmente composta das mesmas músicas preferidas de sempre (assim como os nomes das bonecas que eram sempre os mesmos).

Mas, mais curioso do que a gente se dar extremamente bem hoje (sem bonecas por perto), é que ela passou a dividir o meu guarda-roupa comigo. E quase sempre ela faz uma visita pros meus cabides... O meu azar é que nem tudo dela me serve! (Ela usa M e eu, G).




Bárbara veste Verena e vice-versa.

6 comentários:

Anônimo disse...

adoreiiiiiii
meus vestidos eram o máxino mesmo hahahahahaahahahahahah
e confesso que eu era bem chatinha e chorona, a chatice diminuiu, mas continuo a mesma chorona de sempre
qto ao nosso guarda-roupa espero que a gente continue dividindo por um bom tempo!!!

Larissa Saram disse...

Hahahahahahahaha
Adorei! Até eu já abusei do seu guarda-roupa né!?
beijos

Meggy disse...

hahaha, adorei!
Isso me lembra as trocas constantes com a minha irmã! Mas ela tb conquistou o direito de ter as próprias roupas.
Hoje ela usa G e eu P

Verena Ferreira disse...

quem usa G é legal, ok?

Meggy disse...

hahahhahahah isso não é legal, agora não podemos trocar as roupas!! rs

Anônimo disse...

aushaushaushaushauhs
ADOREEEEI super lindinhooo!
saudade das duas.
beijooo