Agora a febre é aqui dentro. Não há vacina. Existem raras chances de que eu consiga me libertar disso nesses dias corridos e cheios. O papo com a amiga de longe também foi longe. Os pensamentos viajaram até a lua para tentar achar uma dimensão para o raciocínio. Não há.
Não absorvo mais as leituras, as vozes das pessoas sérias, as campanhas políticas. Não sei mais o que é concentrar-se em mim (o pensamento é fixo em outro). Não escolho mais as fantasias certas e as meias que não rasgam durante os bailes. Não enxergo o que há de errado. Não lembro como é desatar o nó na garganta. Não sei qual é a vacina para isso. Não faço as distinções entre sentimentos dos outros.
É uma revolução do não. Espaçosa e incompreensível.
Me preparo, sim, para um período de cheias. Enquanto não chega, desisto como quem deixa o verão pra mais tarde.
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Não tô muito afim de novidade
Fila em banco de bar
Considere toda hostilidade
que há da porta pra lá
Enquanto eu fujo você inventou
qualquer desculpa pra gente ficar
E assim a gente não sai
que esse sofá tá bom demais
Deixa o verão pra mais tarde
(Deixa o verão pra mais tarde, R. Amarante)
Um comentário:
O nosso verão antecipado (e talvez com mais frio que calor) está chegando, meu bem. ;)
Te amo!
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