terça-feira, 19 de julho de 2011

porque a vida pede alguns manifestos

Sim: a saudade de ter sua mão na minha, no meu corpo; a vontade de sentir o cheio de chuva caindo na terra. Não: a mesa posta sem ninguém pra vir jantar; a casa vazia e fechada por causa da chuva forte lá fora (por que diabos não deixamos tudo molhar?).
Sim: as vezes em que seu olhar cruza o meu num momento fatal; os emails lindos que você me mandou quando seu Cupido me visitava com frequência (como um anjo da guarda de uma criancinha). Não: a felicidade intensa que as pessoas fingem viver ininterruptamente nos murais dos facebooks de suas vidas; não: os simulacros de momentos bons que postamos nas redes sociais, como se eles quisessem dizer t-u-d-o.
Sim: amor, encanto, ternura por você; pôr do sol, livros bons, cafunés que fazem o vazio do domingo se afastar. Sim: seus beijos, minha cabeça no seu peito enquanto vemos o filme da tarde, andar de mãos dadas com você. Não: a janela emperrada, a louça por lavar e os nós na garganta.
Sim: choro de felicidade e saudade boa. Não: choro de tristeza e inveja.
Sim: o passado limpo e bem vivido, consciência dormindo que nem bebê de tão tranquila. Não: pessoas que acham que o mundo vive em função de poucos; preconceito de qualquer gênero, número e grau (século 21, gente!).
Sim: às manifestações pela boa vida, marchas dos 'sem tristeza' e dos que não transpassam a cerquinha do vizinho (vamos parar a Avenida Paulista?). Sim: as tradições da paciência e do respeito; o bom e velho "se importar com o irmão ao lado". Sim: a primeira, a segunda e a (famigerada) terceira margem do rio (para os que conseguem enxergá-la). Sim: ritmo, riso, coro de alegria, marchinhas de carnaval, cerveja com amigos. Sim: chutar o balde, deixar areia entrar sem medo da sujeira que faz, ou a chuva molhar sem pensar na roupa que não vai secar.

Sim, sim e sim (3, meu número da sorte!): a gente não precisa entrar numa casa para ela existir (pelo amor de deus). Basta imaginar. Chamar a sorte que ela vem.. Sorte?

Será que as pessoas entendem? Será que eu entendo?

Tomara que sim.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Eventualmente, Laura entra em mim de um jeito irremediável. E passo a sonhar com sonhos antigos e imaginar umas combinações diferentes para a vida. Um gosto atmosférico de saudade me invade, junto com um sabor de arrependimento por não ter dito alguns sins que poderiam ter mudado esse lugar em que estou hoje, o meu aqui.
Ter asas nesse momento poderia dar vazão a isso.

Mas não dá.