segunda-feira, 26 de julho de 2010

com a cabeça longe...

Às vezes, longe de você, tenho composto os nossos diálogos. Na minha cabeça, sei todas as falas de cor. Invento algumas frases que você jamais diria, mas que na minha imaginação você fala e refala e repete até que eu não me canso de me sentir cheia de amor. No meu sonho você é gentil sem-pre, até quando precisa falar algo espinhoso. Sempre escolho um vocabulário que lhe é adequado, palavras bonitas que se encaixam na sua voz e no seu humor peculiar. Na minha cabeça, sempre às seis da tarde, eu coloco minha blusa colorida e te espero até dizer chega. Mas eu nunca digo chega. Digo, sim, quero mais e mais e mais. Preparo a comida preferida e você chega com o vinho certo. Te conto dos meus trabalhos, você diz do seu, comenta das indignações, eu digo que pena, a gente se abraça de longe com os olhos – você na cadeira e eu encostada no balcão com o pé no joelho. Meu corpo diz eu te amo, o seu diz eu também eu também eu também. Nos abraçamos e o mundo todo fica pequeno. A busca por seus olhos nos meus e suas mãos nas minhas é incessante. Imagino como seria a vida sem a sua presença, sem a sua loucura ácida. Me imagino colada a você de um jeito bom, e nós dois juntos mandando o azedo das frustrações da vida para longe. Do sonho, coloco no papel tudo aquilo que vamos viver, com pinceladas especiais para seu sorriso gritante e predador. Te desenho com giz de cera e pinto de verde a fantasia que quero viver com você. Ontem mesmo pensei em todos os detalhes. Listei tudo, incluindo os tijolos que usaremos para construir os nossos sonhos. De longe a pintura ficou linda. E de perto também. E eu te amo.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Laura gosta de estar assim encantada com as circunstâncias. Até ontem ainda, achava que só a melancolia lhe caía bem. Mas o amor lhe cai ainda melhor. Ele lhe dá uma mão de um blush natural nas bochechas todas as manhãs, lhe rodeia de surpresas, lhe faz palpitar o coração com coisas simples, lhe faz sorrir à toa como se estivesse de rosto colado com alguém especial. A verdade é que começara, sem saber bem como, de um modo silencioso. Imperceptível. Até tentou se concentrar para controlar uma possível iminência de paixão. Não conseguiu. A concentração lhe escapou entre os dedos e a expressão ridícula invadiu seu rosto. Apaixonou-se completamente pela possibilidade de repousar suas mãos para sempre naquelas mãos. Entregou-se sem poréns.

domingo, 4 de julho de 2010

agree to disagree

His friend: Só, do you have a boyfriend?

She: No.

His friend: Why not?

She: ‘Cause I don’t want one.

His friend: Come on. I don’t believe that.

She: I don’t actually feel comfortable being anyone’s anything, you know….

His friend: I don’t know what you’re talking about

She: Really?

His friend: Nope.

She: Ok. Let me break it down for you.

His friend: Break it down,

She: I like to be on my own. Relationships are messy, and people’s feelings get hurt. Who needs it? You’re young. We live in one of the most beautiful cities in the world. Might as well have fun while we can and save the serious stuff for later.

His friend: Holy shit. You’re a dude. She’s a dude.

He: Ok, wait wait. What happens if you fall in love?

She: Well, you don’t believe that, do you?

He: It’s love. It’s not Santa Claus.

She: What does that word even mean? I’ve been in relationships, and I don’t think I’ve ever seen it.

He: Well, maybe that’s…

She: And most marriages end in divorce these days. Like my parents.

He: Mine too.

His friend: Me thinks the lady doth protest too much.

She: The lady dothn’t. There’s no such thing as love. It’s a fantasy.

He: Well, I think you’re wrong.

She: Ok, well, what is that I’m missing then?

He: I think you know it when you feel it.

She: I guess we can just agree to disagree

He: Yeah.

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Do filme "500 days with Summer".

quinta-feira, 1 de julho de 2010

em frente.

Não é de hoje que ela acorda assim, se sentindo vazia e com um gosto amargo na boca. Gosto de solidão, gosto de uma saudade forçada pelas circunstâncias.
Não é de hoje que ela pensa em como seria se você estivesse por perto, com aquele abraço carinhoso e aquela mania insuportável de falar enquanto o filme tá passando na TV.
Não é de hoje que o cérebro dela se condiciona a lembrar das coisas do passado, quando o sol brilhava mais forte entre vocês e ela tinha a sensação de que tudo ficaria simplesmente bem.
Não é de hoje que ela sente vontade de contar que aquele curso está terminando e que o trabalho está ficando cada dia mais do jeito que ela quer.
Não é de hoje que ela fica horas pra pegar no sono, queimando a massa cinzenta pra achar um jeito de reconciliar as emoções e os sentimentos entre vocês.

Não é de hoje, nem de ontem, nem de amanhã. É melhor que ela esqueça tudo isso e siga em frente.

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Ps - nunca é demais dar um toque pra que cada um cuide da sua própria vida.